Pesquisa feita em MT sobre fixação de carbono no solo é destaque na COP 30
18 de novembro de 2025 – Atualizado em 18/11/2025 – 5:24pm
Uma pesquisa realizada em Mato Grosso sobre fixação de carbono no solo ganhou destaque na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30). O estudo foi apresentado pelo conselheiro do CRMV-MT e gerente de Relações Institucionais da Acrimat, Nilton Mesquita, durante a programação da AgriZone, espaço dedicado ao agronegócio dentro do evento.
A temática da sustentabilidade na produção animal esteve entre os assuntos mais debatidos na COP 30, com forte atenção para iniciativas que comprovam, com dados, o papel da pecuária brasileira na mitigação das mudanças climáticas. Um dos destaques foi o anúncio da Pecuária de Baixo Carbono, selo que reconhece propriedades que adotam práticas capazes de aumentar a captura de carbono no solo e na vegetação, reduzindo de forma significativa o impacto climático.
Durante a apresentação, Nilton Mesquita destacou os resultados de uma pesquisa realizada em parceria entre Acrimat, IMac e Fundação MT, que mostra avanços expressivos da pecuária mato-grossense em práticas sustentáveis. O estudo demonstra que pastagens bem manejadas têm alto potencial de sequestro de carbono, conciliando produtividade, bem-estar animal e redução de emissões.
“Cada real investido em melhoria de pastagens aumenta a fixação de carbono no solo. Quanto mais saudável e produtiva a pastagem, maior o potencial de captura”, afirmou Mesquita.
A pesquisa identificou que o manejo adequado proporciona maior acúmulo de carbono no solo, fortalecendo a tese de que a pecuária pode ser parte da solução climática:
- Pastagens de alto desempenho
- Recuperação de pastagens degradadas
- Manejo eficiente do solo e da água
- Sistemas integrados (ILPF)
- Uso de bioinsumos
- Plantio direto e agricultura regenerativa
Essas práticas ampliam a eficiência no uso da terra, reduzem a pressão sobre áreas nativas e aumentam o estoque de carbono nas camadas superficiais e profundas do solo.
Com base em estudos realizados em propriedades de Mato Grosso, Nilton apresentou dados que incluem:
- Amostragem de solo até 40 cm de profundidade
- Análise de densidade e estoque de carbono por camadas
- Avaliação do impacto do manejo intensivo na produtividade animal
Os resultados reforçam o potencial climático do estado. Em áreas avaliadas na região de Rondonópolis, por exemplo, o aumento no estoque de carbono no solo ultrapassou 27%, 43% e 26% em diferentes estratos. Os dados comprovam que sistemas de recria e terminação intensiva a pasto, quando bem manejados, representam uma estratégia eficiente de mitigação de emissões.
Além do benefício ambiental, os sistemas analisados apresentaram ganhos expressivos em produtividade:
- Maior ganho de peso
- Melhor eficiência alimentar
- Incremento no rendimento por hectare
O conjunto de indicadores demonstra que sustentabilidade e rentabilidade podem caminhar lado a lado na pecuária.
A participação do conselheiro Nilton Mesquita na COP 30 reforça o compromisso do CRMV-MT com iniciativas que promovem a inovação e a responsabilidade ambiental na pecuária. A Medicina Veterinária desempenha função estratégica ao integrar saúde animal, eficiência produtiva e equilíbrio ambiental, pilares de uma produção de baixa emissão.
Afinal, continuar investindo em ciência, inovação e manejo adequado é fundamental para o futuro do agro brasileiro, especialmente em Mato Grosso, um dos maiores polos de produção do país.

Ascom CRMV-MT
