Mato Grosso debate futuro da sanidade animal no 8º Fórum Estadual de Vigilância para a Febre Aftosa
28 de novembro de 2025 – Atualizado em 28/11/2025 – 3:58pm
O futuro da sanidade animal no Brasil e em Mato Grosso foi o tema do 8º Fórum Estadual de Vigilância para a Febre Aftosa, realizado na manhã desta sexta-feira (28). Este foi o primeiro encontro após o país conquistar, em maio de 2025, o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Transmitido ao vivo pelo canal da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) no YouTube, o fórum detalhou os impactos do novo status sanitário e reforçou o papel estratégico do produtor rural na vigilância epidemiológica e na biosseguridade, práticas essenciais para prevenir a entrada e a disseminação de doenças no rebanho.

O conteúdo técnico foi aprofundado pelo médico-veterinário Guilherme Marques, do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (Panaftosa), da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), e Manoel Augusto Monteiro Tamassia, da OMSA. Representantes de órgãos estaduais e federais debateram os próximos passos do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa, com foco na manutenção do certificado internacional.
O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso (CRMV-MT), Aruaque Lotufo, destacou que o desafio agora é preservar o reconhecimento recém-conquistado. Segundo ele, o resultado só será possível com esforço conjunto. “A manutenção desse certificado só se dá pelo trabalho consorciado de todas as instituições envolvidas. Não é apenas uma conquista do Ministério da Agricultura. Famato, Acrimat, Acrismat e todo o sistema produtivo têm papel decisivo nesse processo”, afirmou.
Aruaque reforçou, ainda, a relevância do cenário mato-grossense no contexto nacional. “Mato Grosso é pilar da certificação sanitária porque possui o maior rebanho do Brasil. São cerca de 33 milhões de cabeças, o que representa aproximadamente dez bovinos por habitante. Isso torna o desafio ainda maior. Precisamos avançar continuamente na vigilância veterinária para garantir que esse status seja preservado”, explicou.
O representante do Ministério da Agricultura e Pecuária, Edson Paulino de Oliveira, destacou o compromisso dos pecuaristas em manter as práticas sanitárias exigidas pela OMSA. “Temos um compromisso muito claro dos nossos produtores em continuar esse trabalho. A responsabilidade por manter o Brasil livre de febre aftosa é diária e permanente”, afirmou.
O Sistema Famato e o Senar-MT reforçaram que seguem atuando na capacitação de produtores, instrutores e técnicos por meio de cursos, dias de campo e materiais educativos sobre vigilância, notificação imediata de suspeitas e boas práticas de biosseguridade. Todas as ações são integradas ao Indea-MT e às diretrizes do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa, com o objetivo de padronizar rotinas e garantir respostas rápidas em todo o Estado.
O fórum é uma iniciativa da Equipe Gestora de Vigilância para Febre Aftosa, integrada por Famato, Mapa, Indea-MT, CRMV-MT, Acrimat, Acrismat, Sindifrigo-MT e MT Leite. O grupo atua em ações conjuntas para proteção do rebanho e fortalecimento da produção pecuária.
O status livre de febre aftosa
A febre aftosa é combatida no Brasil há mais de cem anos. O último foco registrado no país ocorreu em 2006. Desde então, houve avanços significativos na estrutura dos serviços veterinários, na transparência e na vigilância ativa. Em 2022, estados e produtores concluíram a última etapa de vacinação.
O reconhecimento nacional veio em 2024, e o certificado internacional foi concedido pela OMSA em 2025. O resultado é fruto do trabalho integrado entre produtores, setor público, entidades de classe e profissionais da Medicina Veterinária.
Discussões técnicas e próximos passos
A programação do fórum incluiu palestras, mesas de discussão e interação ao vivo pelo chat da transmissão. O foco foi a continuidade da vigilância, os desafios climáticos, a importância das notificações imediatas e o papel da biosseguridade diante do novo cenário.
O encontro reforçou que manter o Brasil como área livre de febre aftosa sem vacinação exige comprometimento contínuo, atualização técnica e integração entre instituições públicas e privadas.
Ascom CRMV-MT

